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segunda-feira, 26 de março de 2012

PELE 1.284 GOL

Gol 1.284

Naquele que é, até agora, o filme mais caro feito apenas para a internet no Brasil por um anunciante, o rei Pelé refez a trajetória do gol perdido: na Copa de 1970, Pelé chutou do meio do campo e a bola saiu pela linha de fundo no jogo contra a então seleção da Tchecoslováquia. É o mais famoso gol perdido do jogador. Durante a carreira, Pelé fez 1.283 gols. Esse, o grande gol que não aconteceu, seria o 1.284. E "1.284" é o nome desse curta feito para a internet.

Ontem, 14, fui à coletiva de imprensa em que a operadora apresentou o filme, uma superprodução que envolveu mais de 600 pessoas apenas da equipe (e mais milhares que lotaram o Estádio do Morumbi para o jogo fictício) e teve a produção do cineasta Fernando Meirelles. O filme publicitário equivale a uma produção cinematográfia: teve sequências equivalentes às que Meirelles usou no seu último filme - Blindness ou Ensaio Sobre a Cegueira.



Pelé, aos 70 anos, está impecável. É a segunda vez que tenho oportunidade de ficar cara a cara com o mais famoso jogador de futebol do mundo e a mim me impressiona a humildade e o trato com todos. Extremamente simpático, Pelé é, atualmente, o rosto recordista em publicidade no Brasil. Não sei dizer qual é o valor do contrato de Pelé com a operadora. Mas o filme é extraordinário. São pouco mais de sete minutos numa partida fictícia contra a arquirrival Argentina. E volto a dizer: eu, que sou uma nulidade no futebol, reconheço a qualidade em qualquer campo, inclusive num estádio.


Com a coletiva de Pelé, coleciono, até agora, quase meio time de famosos que tenho, a trabalho, encontrado por aí: Ronaldo, Romário, Robinho e Pelé, por duas vezes. Sinto que a minha relação com a bola se estreita a cada dia. Abaixo, o filme, que estreou hoje, 15, na internet (plataforma para a qual foi desenvolvido exclusivamente porque a operadora não patrocina as cotas na TV durante a Copa):




GUERRA

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A dança da guerra

Fazer a dança da guerra é primitivo. Vem lá dos primórdios da humanidade. Os índios dançavam (dançam) antes do combate. Os zulus africanos dançam. Os maoris australianos dançam. Todos expressam na dança os movimentos que comporão a convulsão do guerreiro, feito um balé algo macabro.


Mesmo durante a II Guerra Mundial, não raro se promoviam bailes grandiosos na Europa nas cidades ocupadas para celebrar o que quer que fosse. Os militares de alta patente dançavam valsas vienenses como se expusessem, com isso, os méritos (contestáveis) de suas conquistas e batalhas vencidas.


Eis que, portanto, não é novidade dançar sobre o solo inimigo e proclamar, com isso, de uma forma sórdida, a rendição daquele solo, literalmente, aos pés de quem dança.


Foi o que fizeram seis soldados israelenses durante patrulha em rua de Hebron (Cisjordânia), em território ocupado que é reivindicado pela Autoridade Nacional Palestina. A despeito de declararem tratar-se de uma brincadeira, os militares de Israel deverão ser punidos. O vídeo - "Battalion 50 Rock the Hebron Casbah" - foi colocado no YouTube pelos próprios soldados neste último domingo e, horas depois, havia sido retirado. Mas já era tarde: diferentes versões circulavam pelo próprio YouTube, Facebook e blogs, como a versão abaixo.





No vídeo, os seis soldados ensaiam uma coreografia canhestra ao som de "Tik Tok", da cantora norte-americana Ke$ha, em pleno território ocupado de Hebron. 


Em outro vídeo polêmico, marines norte-americanos dançam "Just Dance", de Lady Gaga, e exibem armas, munições e uma pretensa descontração no Afeganistão e no Iraque, conforme você pode ver nas cenas a seguir, num mesmo ritual de ocupação e que significa, da mesma forma, a dança da guerra sobre o país ocupado:





Particularmente, prefiro a versão do ABBA, "Soldiers", feita para o balé ABBAllet, em 1984, numa versão dirigida pelo próprio ABBA. Abaixo, alguns fragmentos dessa versão.




De resto, dançar em solo invadido e ocupado é, de certa forma, quase como urinar no rosto do oprimido. É tão humilhante quanto.

NUDEZ

Nude do dia

Cada um se manda como pode, né?  Em Changchun, nordeste da China, um homem resolveu que era melhor se safar nu do que ser pego com as roupas. O motivo foi a fuga de um bordel, cujas atividades são consideradas ilegais na China. O chinês não hesitou: sob o risco de queimar as pudendas, desceu por um cano enferrujado e não entrou pelo cano. Na tradução do mandarim: não foi preso. Moral: mais vale descer pelo cano do que entrar pelo cano.
 

ANGELINA JOLIE

 Brad or brandy?

Minha mãe diz que o corpo é um templo que não deve ser profanado. Já escrevi isso por aqui em alguma outra ocasião. Tenho comigo que o corpo (não os templos) estão de passagem por aqui justamente para serem profanados. Acredito que a profanação do corpo não tem o mesmo significado da profanação de um templo.


Não sei, são opiniões. Um corpo nasce puro e virgem e se conspurca na medida exata em que se vive: uns mais, outros menos, mas praticamente todos nós, humanos, nos corromperemos e a nossos corpos. E digo conspurcação num sentido mais amplo: desde aquilo que ingerimos até o que fazemos, conscientemente ou não, com nossos corpos.


No contexto em que minha mãe disse isso, significa "poluir" aquilo que era, de uma certa forma, imaculado. As máculas, no caso, são várias: bebida, cigarro, ingestão de substâncias lícitas e ilícitas e, de forma mais evidente, posto que de maior exposição, tatuagens.


Tenho três tatuagens. Tenho comigo, ainda, que padeço de um dos sintomas do transtorno obsessivo compulsivo (TOC): sofro de colecionismo. E, tenho, finalmente, históricos de pessoas que fizeram tatuagens que me disseram que depois da primeira, você não consegue mais parar. No meu caso, isso se confirmou. E ainda tenho ímpetos de fazer mais algumas. Não apenas uma. Algumas. Ideias já as tenho. Pena que ficam caras.


Em vários sentidos, sou livre o bastante para não me prender a dogmas. Portanto, e sei que muitos discordam, para mim tatuagens são bonitas, lindas, significativas. Muitas pessoas as relacionam com um eventual submundo, uma sujeira, uma identificação com uma faixa da sociedade que está na camada mais baixa. Para mim, são mais anagramas, cicatrizes a mais para colecionar numa vida que tem mais tatuagens do que aquelas que, espontaneamente, gravamos em nós mesmos.


Li que a gatíssima Angelina Jolie fez mais uma tatuagem. É a 14ª. ou 15ª. que a atriz faz. Essa última tatuagem, na coxa, foi registrada pela revista Vanity Fair num ensaio fotográfico com Angelina (veja a foto abaixo). Mas a atriz não revelou exatamente do que se trata e tampouco a foto deixa entrever a tattoocom nitidez. A revista especula que tanto pode ser "Mister Brad", em referência ao igualmente gatíssimo Brad Pitt, quanto "Whiskey & Beer". Diz a revista que é interessante supor que se trate de "whiskey & beer" (uísque e cerveja). De forma que ficamos entre Brad (Pitt) e brandy (um uísque brando, um conhaque). Tanto num caso quanto noutro me agrada que Angelina Jolie saia a gravar esses hieróglifos pelo corpo. Tintin!



Se ficássemos pele para a eternidade, imagino os humanos daqui a 500 anos a nos encontrarem e tentar decifrar o sentido (por vezes, bastante óbvio) dessas tatuagens. Angelina apenas declarou que fez a nova tattoo para Brad. Eu também faria, gata. Abaixo, parte da coleção das tatuagens de Angelina. As minhas eu ainda postarei aqui um dia. Por enquanto, ficam circunscritas a algumas poucas pessoas que têm acesso ao templo.



VOCE TEM QUE ME AMAR

VOCE


Você tem que me amar!






Me falaram hoje que era o meu dia e eu respondi que todos os dias eram meus.




Me desejaram muita luz e eu disse que eu já a possuía em quantidade suficiente para iluminar o meu mundo.




Me disseram que eu deveria continuar com essa alegria e eu retruquei que a tinha sem medida para me divertir.




Me parabenizaram e eu aquiesci por natureza.




Me cumprimentaram por telepatia, por telefone, por voz e mensagem, por texto, por sílabas, por chamadas entrecortadas e completas, por tentativas, por acaso, por amor, por educação, por e-mail, pelas redes sociais. Me dirigiram as melhores energias. Foram centenas as mensagens e eu as tomei gentilmente para crescer meu ego inflado.




Me abraçaram, beijaram, até mesmo cantaram intercontinentes e eu amei cada som que se dissipou pelas linhas de cobre e ondas de rádio porque a música, dizem, é o que há de mais sublime que temos para oferecer.




Me cercaram de tantos afagos que os demais dias, todos meus, terão que ser preenchidos pelo carinho concentrado em 24 horas e redistribuído à exaustão por todos os demais.




Me enriqueceram e eu senti o coração, o cérebro e o corpo cheio, mas nunca o bastante, que não o é efetivamente.




Me afirmaram, e nunca neguei, que nunca estou satisfeito o bastante com o que me é dado.




Me orientaram, de quatro formas diferentes, a me olhar no espelho e pedir aquilo que eu desejar, tal qual uma rainha má, e ouvir do reflexo que não, não existe mais nada a não ser o que a imagem mostra e tentar não trincar nem de brincadeira.




Porque carinho, amor, amizade, lealdade, lembrança, dos de sangue aos conquistados, dos de toque aos tocados, o sentimento todo é bem-vindo e torna-se uma liga tão forte que não pode ser quebrada.




Eu sou um pedinte, sempre, e sempre reclamarei que o copo está quase vazio quando deveria dizê-lo quase cheio, que a sopa está quase fria quando deveria prová-la quase quente, que o pão está mole quando poderia achar que estava macio. Que bastam os instantes, lampejos, do que faísca alguma.




Digo que não porque sou esfaimado. Não guloso. Não nesse caso. Porque quase que digo que você tem que me amar para eu ser. Sem as provas e mostras, quase que não sou.




Obrigado a todos pelos gestos e mensagens, de todas as cores, desejos e tecidos. Tive um maravilhoso aniversário alimentado o dia todo por todos aqueles que me concederam algum momento do dia. Você tem que me amar sim. Ou feneço rapidinho e murcho. Beijo para todos, sem exceção alguma, pelo carinho enviado das mais diferentes formas, das mais diversas tonalidades, com as variações possíveis de intensidade. Beijo! P.S. Pode fazer tudo de novo e de novo e de novo amanhã, depois, no sábado, domingo, no mês que vem, em setembro, outubro, novembro e dezembro, em 2012, 2013, 2014...